Aspectos e Impactos Ambientais no Ecossistema Manguezal
Por Yan Breno Azeredo Gomes da Silva, graduando de Geografia da Universidade Federal Fluminense
É extremamente
comum ouvirmos de pessoas que os mangues são ambientes sujos, com mau cheiro e com
nenhum tipo de limpeza, todavia, muitas delas não sabem que tais
características são oriundas da atividades e serviços que elas mesmas produzem.
Muitos desses resultados negativos têm como
principal vetor a ação humana relacionada ao desenvolvimento das atividades
industrias, imobiliárias, econômicas e social nestas áreas de costa. A partir dessas atividades resultam o desmatamento
em alta escala, a prática predatória de captura de caranguejos, a
indiscriminada obtenção de madeira, aterramento e drenagem mal realizada dessas
regiões resultando em um desequilíbrio ambiental levando ao mal funcionamento
do mangue.
Existe algumas
práticas e aspectos extremamente corriqueiros nestas áreas de costa que
impactam tal ambiente. A ocupação imobiliária inadequada, famílias e comunidades
inteiras de classes sociais menos favorecidas se instalam nessas regiões por
ser locais de ótimas localização, e ali, essas
pessoas acabam desmantando e aterrando de modo incorreto ocasionando um
imperfeito funcionamento do mangue. Além disso, o
esgoto produzido por essas pessoas acaba sendo despejado ali resultando num
maior índice de poluição na região.
Em consequência disso, podemos comentar
o fato do despejo inadequado de lixo nas regiões de mangue. É bastante
rotineiro visualizarmos o uso do mangue como local de despejo de lixo e
consequentemente de aterro sanitário, vindo daí a ideia de que as áreas de
manguezal são sujas. Um alto índice de poluição pode ser considerado como a
anulação do ecossistema em determinadas regiões, pois o manguezal é encarado
como um ecossistema bastante frágil.
Algumas
atividades ilegais também colaboram com alguns impactos. A pesca predatória, construções de
marinas que são extremamente
irregulares em áreas de manguezais, produção de sal,
atividades portuárias em larga escala, extração de madeira e muitas outras que
são feitas sem regulamentação e de forma desenfreada, podem gerar um
desequilíbrio sem tamanho e até mesmo extinção da área.
Todos esses
aspectos, como já foi dito, geram impactos no mangue e um caso concreto disso é
a contaminação de hidrocarbonetos
aromáticos policíclicos (PAH’s) nos sedimentos do mangue Suruí, Baía de
Guanabara no Rio de Janeiro. Em um estudo realizado no município de Magé,
foi-se constatado a presença hidrocarbonetos aromáticos policíclicos, compostos
químicos com propriedades mutagênicas que são cancerígenas a fauna e a flora do
mangue. Tais componentes são oriundos da acumulação de aportes de combustível,
matéria orgânica humana degradada e derramamento de óleo na qual foi estimado a
presença de 35%.
Desse modo então, e por ser um ecossistema
bastante frágil, o mangue sofre repetidamente desses aspectos e consequentemente
desses impactos. O mangue tem sua importância e precisa ser preservado, ali
existem uma biodiversidade extremamente rica, além de ser o berço de muitas
outras espécies. É necessário termos a consciência de que quando falamos em
salvar a natureza, primeiramente devemos salvar a nós mesmos. Não é salve a
natureza, é salve o homem! A natureza sempre existiu e sempre irá existir,
basta nos como dependentes dela mudarmos os nossos hábitos e nosso pensamento para
que não só o mangue, mais tudo que nos cerca se torne cada vez melhor.
Comentários
Postar um comentário